Professora da disciplina

Professora Bethania Medeiros Geremias

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"A palavra progresso não terá qualquer sentido enquanto houver crianças infelizes". Einstein

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda." Paulo Freire

quinta-feira, 3 de março de 2011

Docência: a eterna busca

Ser docente já foi significado de sacerdócio, missão, vocação. O mestre já tomou muitas formas, e desfigurou-se para então tornar-se outro. A professora era a mãezinha, que com seu instinto maternal deveria educar instruir, sensibilizar. Quanto deste passado ainda está arraigado em nós? Como se constrói a identidade do/da professor/a contemporâneo?
Admitindo-se a existência de um sujeito fragmentado, não único, imutável, estável, e a mobilidade da identidade veremos que não há como assumir um único conceito de ser docente. A identidade docente está ligada não só com aspectos profissionais, de cunho técnico ou científico, assim como não se restringe aos saberes da prática ou a feitios emocionais. Não existe, portanto, uma única maneira de ser professor/a. A docência tem muitas facetas e não se restringe ao pedagógico, assim como não se encerra na formação acadêmica. É resultado da subjetividade e identificação de cada um, da maneira de ver e pensar o mundo, o ser humano e a educação, munido de referencial teórico e metodológico que vai caminhar para uma construção identitária. Assim pode-se dizer que o ser docente está em constante (re)construção, e porque não, (des)construção.
O trabalho docente é por um lado social, ou seja, se constitui na interação entre sujeitos, e ao mesmo tempo uma ação individual de constante busca por conhecimentos, associações cognitivas e práticas intelectuais. O que requer certa sensibilidade para lidar com o outro, com o olhar do outro, os sentimentos do outro, percebendo as sutilezas dos sujeitos de forma a “ver o outro como legítimo outro”. Por outro lado, requer em determinado tempo e espaço, introspecção, estudo, reflexão. O professor deve ter consciência de seu papel social.
Se me perguntarem qual minha visão pessoal (e, portanto subjetiva) do ser docente, e mais do que é ser um bom/boa professor/a poderei assinalar algumas características, que para mim são imprescindíveis, quer sejam: transposição didática, ou seja, capacidade de tornar o conhecimento científico e abstrato em um saber inteligível; respeito às diferenças, sejam sociais, culturais, étnicas, de gênero ou físicas; ver-se e reconhecer-se como ser em constante processo de construção; não ver nem tratar os conhecimentos como única possibilidade, sempre apontando para outras possíveis perspectivas; ser rigoroso sem ser inflexível; ter sempre a curiosidade mobilizadora e a sede por conhecimento; sabe que ao ensinar também aprende e que este movimento nunca tem fim. O bom/boa professor/a encanta incita e inspira com seu discurso inflamado e apaixonado. Move a vontade de saber sempre um pouco mais. E sua atuação nunca finda, continua viva na memória de seus alunos e alunas.
O mau professor/a seria o oposto. Negligente, não incita a busca por conhecimento; apático e repetitivo, sua atuação é tediosa; não há em si mesmo respeito às diferenças e nem mesmo torna o conhecimento abstrato inteligível; vê-se e acha mesmo que é um ser acabado, que nada mais há para saber e sente-se superior. Mostra apenas uma face do conhecimento historicamente construído e legitimado, nunca apontando outras possibilidades. Encerra sua atuação na sala de aula, e pensa estar professor/a e não sê-lo.
Quero, ao longo da minha carreira docente, poder ser a roda viva, que ama a educação, que está em constante movimento, buscando novos conhecimentos, ensinando e aprendendo, mestra e discípula. Reconstruir-me, desconstruir-me, encontrar-me e me perder-me para em seguida encontrar novamente no mistério que é educar. Nunca estarei de fato pronta, mas afinal nunca estamos... Que não me falte vontade, sobretudo boa vontade e que minha busca nunca se encerre, pois creio que podemos ser melhores sempre...

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