Professora da disciplina

Professora Bethania Medeiros Geremias

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"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda." Paulo Freire

sábado, 19 de março de 2011

A didática de Gregório na guerra civil espanhola

O filme “A língua das Mariposas” (1999) pode ser uma excelente ferramenta para se trabalhar algumas passagens da história e da educação. O drama se passa no norte da Espanha, da década de 30, período da guerra civil espanhola (1936-1939). O menino Moncho, em princípio teme ir à escola por pensar que será castigado, tal qual aconteceu com seu pai. Para surpresa do garoto, ele conhece o professor Gregório que tem uma didática bem diferente do que ele imaginava.
O professor tinha estratégias de despertar curiosidade nos alunos, além de fazer uma conexão do ser humano com o mundo em que vive. Isso pode ser observado quando o professor se cala diante da turma ao perceber que todos estavam eufóricos, a partir de então, o silêncio vai se espalhando aos poucos entre os alunos. Outra cena importante para definir a aprendizagem a partir da experiência é quando Gregório leva seus alunos para uma aula ao ar livre, abordando temas da natureza.
Com base no contexto histórico, tais características podem ser associadas à teoria de Vygotsky (1896-1934) sobre o professor como mediador na relação ensino aprendizagem. A escola nova também pode ser relacionada a esse processo, já que os novos rumos da educação questionam método do ensino tradicional. E, no caso da Espanha, é preciso perceber que, neste período, recebeu influências soviéticas, socialistas e comunistas.
Para contextualizar o filme se faz necessário retomar um pouco da história espanhola que circunscreve o período. Em 1931, com a queda da monarquia, a Espanha se torna república. Havia esperança em separar a Igreja Católica do Estado. Porém, a herança feudal e a do santo ofício dividem a população. Itália, Portugal e Alemanha, nazi-fascistas e ditadores, apóiam o governo de direita e um golpe militar na Espanha. A esquerda se une com a Frente Popular e tenta impedir o avanço do fascismo. Pode-se perceber no filme a atuação do alfaiate, rotulado de ateu e a favor da república. Foi uma luta que teve a duração de três anos e tirou muitas vidas.
A primeira metade do filme foi apresentada na disciplina de didática II e suficiente para pensar uma interdisciplinaridade entre história, educação e cinema. Outra associação pode ser feita com os intelectuais Tardif, Gautier e Freire, a partir da concepção dos saberes pedagógicos.

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