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Professora Bethania Medeiros Geremias

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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Seminário: PRINCÍPIOS DA AVALIAÇÃO FORMATIVA


Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Centro de Ciências Humanas e da Educação – FAED
Curso de Pedagogia
Disciplina: Didática II
Professora: Bethania Medeiros Geremias
Acadêmicas: Helena Schuch, Manoella Werlich, Thamires Xavier dos Santos e Yume Koga.



PRINCÍPIOS DA AVALIAÇÃO FORMATIVA


A avaliação é uma atividade orientada para o futuro e, por isso, o conceito de medir difere-se do conceito de avaliar. Enquanto medir se refere ao presente e ao passado e pretende fornecer informações sobre o progresso dos alunos, avaliar é entendido como uma reflexão sobre as informações obtidas para, assim, poder planejar o futuro. Existem três tipos de avaliação: diagnóstica, formativa e classificatória. Neste trabalho iremos focar na avaliação formativa, ou seja, aquela que acontece ao longo do processo e possui o objetivo de reorientação.
De acordo com Zabala (1998), a tradição educacional uniformizadora parte do princípio de que as diferenças entre os alunos das mesmas idades não são motivo suficiente para mudar as formas de ensino, porém constituem uma evidência que valida a função seletiva do sistema e sua capacidade para escolher os melhores. Entretanto, devemos partir do princípio que cada estudante aprende de uma maneira diferente e, diante desse fato, a escola possui o papel fundamental de incluir, promover o crescimento e construir cultura. Sendo assim, a avaliação formativa é concebida como promotora desses princípios, pois não pretende classificar ou selecionar, mas sim ajudar os estudantes e professores a entenderem melhor os processos de aprender e ensinar. Para que isto ocorra, a prática avaliativa não pode ser percebida separadamente do processo de aprendizagem.
A partir de uma concepção construtivista do ensino e tendo a aprendizagem como referencial/finalidade fundamental do ensino, o objeto da avaliação deixa de se centrar unicamente nos resultados obtidos. Em tal perspectiva, a avaliação centra-se na formação integral da pessoa, considerando que as experiências vividas e a singularidade de cada aluno constituem o ponto de partida para a aprendizagem. Desta forma, a avaliação não pode ser estática, ou seja, limitar-se à mera análise de resultados, pois se torna um processo constituído por diferentes fases, nas quais os objetivos, os conteúdos e a forma de ensinar (que envolvem o processo de planejamento) devem estar aliados para que se possa definir uma proposta de intervenção que favoreça a aprendizagem e o progresso de cada aluno.
A prática avaliativa ao longo do processo é aquela baseada no planejamento da avaliação, onde os instrumentos são construídos e partem das interações que se constroem no interior da sala de aula com os estudantes e suas possibilidades de entendimento dos conteúdos trabalhados. Segundo Sant’Anna (1995), para que o processo de avaliação formativa ocorra é imprescindível especificar o que se deseja avaliar, a razão por que se avalia e que utilidade possui os resultados obtidos. Em seguida, deve-se selecionar os conteúdos e determinar os objetivos que se deseja alcançar, explicitando-os aos alunos para que possam participar de maneira efetiva.
Esse tipo de avaliação possui o intuito de oferecer informações acerca das ações de aprendizagem e, por isso, não pode ser desempenhada apenas no final do processo, pois perderia sua real finalidade. Ela abrange simultaneamente processos de ensino-aprendizagem individuais e grupais e tem por finalidade ser um instrumento educativo capaz de informar sobre como cada aluno aprende ao longo da sua trajetória, para que assim, se possa lhe oportunizar propostas mais adequadas as suas necessidades. Sendo o processo o foco central dessa avaliação, a construção da autonomia do estudante é um ponto essencial, colocando não só no professor, mas também no aluno, a responsabilidade pelos seus avanços (constitui-se também num processo de auto-avaliação).
O professor não deve avaliar com o objetivo de fornecer uma nota, já que na perspectiva formativa a nota decorre do processo e não é o seu fim último. A melhor maneira para conhecermos e analisarmos o processo de aquisição da aprendizagem e o grau de desenvolvimento dos alunos consiste na observação sistemática das diferentes atividades realizadas. Para tanto, é importante levar em conta que o objetivo essencial da avaliação é “conhecer para ajudar” (Zabala, 1998, p. 209), e não conhecer para julgar.
Deste modo, para que a atuação docente possa atender às necessidades de uma formação que considere as possibilidades reais e o desenvolvimento de todas as capacidades dos alunos, é indispensável criar um ambiente de respeito, colaboração e compromisso que estejam centrados em um objetivo comum: a aprendizagem e a formação de todas as dimensões do ser humano.


Referências Bibliográficas:

BEAUCHAMP, Jeanete; PAGEL, Sandra Denise; NASCIMENTO, Aricélia Ribeiro do. (Orgs.). In: FERNANDES, Cláudia de Oliveira. Indagações sobre currículo: currículo e avaliação. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 2003.

SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? : critérios e instrumentos. 10. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1995.

VASCONCELOS, Celso dos santos. Intencionalidade: palavra-chave da avaliação. Entrevista. In: Revista Nova Escola. Disponível em: . Acesso em 10 abr. 2011.

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.








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